Nós do coletivo Memórias do Morro Grande, junto ao Movimento em Defesa do Parque Morro Grande, lançou um abaixo-assinado para exigir do poder público a proteção do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Antiga Pedreira Morro Grande. Localizado entre Brasilândia, Freguesia do Ó e Pirituba, esse território abriga patrimônios como a Capela Santa Clara de Assis, casas operárias, antigas tecelagens, cinema, a Estrada do Congo, além de áreas verdes de Mata Atlântica e nascentes. Trata-se de um espaço carregado de memória das classes trabalhadoras e da população negra que ajudou a construir a cidade de São Paulo, hoje ameaçado pelas obras do Metrô e pela morosidade no processo de tombamento.

O abaixo-assinado denuncia a inércia institucional que favorece o apagamento cultural e ambiental das periferias paulistanas. A não-deliberação imediata do tombamento pode resultar na perda irreversível de um dos raros conjuntos urbanos-industriais preservados na zona norte, comprometendo tanto a memória coletiva quanto o patrimônio ambiental. Defender o Morro Grande é um gesto de justiça histórica, de resistência territorial e de afirmação da identidade periférica frente às lógicas de exclusão que ainda persistem na cidade.

Saiba mais em: https://www.change.org/tombamentomorrogrande
Publicação: https://www.instagram.com/reel/DNinViOxtqm/?igsh=MnA2YW9tcTA4bmEy
Notícia Folha Noroeste: https://folhanoroeste.com.br/cotidiano/coletivo-pede-tombamento-do-morro-grande-pelo-patrimonio-historico-cultural-e-ambiental/

Legenda: Banner do Abaixo-Assinado.
Fonte: Vitor Stalmann, 20 de agosto de 2025.

Entre as atividades realizadas desde 2021, conquistamos o reconhecimento no edital de Pontos e Pontões de Cultura, promovido pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV). Esse prêmio viabilizará a criação do Centro de Memória do Morro Grande, um espaço voltado à pesquisa, organização e difusão da história do nosso território, ampliando o acesso democrático à memória local.

Nos próximos meses, o Centro de Memória será implementado a partir de oficinas, rodas de conversa e diálogos abertos à comunidade. A proposta é que ele funcione em uma biblioteca municipal do território, espaço cuja autorização de uso já está em trâmite e deve ser confirmada em breve.

Publicação no Diário Oficial do Estado (SP): https://doe.sp.gov.br/executivo/secretaria-de-cultura-economia-e-industria-criativas/resultado-final-da-etapa-de-premiacao-do-edital-fomento-cultsp-pnab-pncv-n-47-2024-edital-de-premiacao-de-pontos-e-pontoes-de-cultura-202508141315261267166

Em agosto, fomos convidados a participar de um projeto de extensão do curso de História da UNIFESP, em parceria com o Instituto Favelas.br e a Rádio Cantareira, para contribuir na criação do Museu da Brasilândia. Nesse projeto, representaremos o Morro Grande, junto ao Instituto Morro Grande e ao Movimento em Defesa do Parque Morro Grande, com o objetivo de sistematizar e registrar as histórias do território por meio de diferentes núcleos comunitários.

O trabalho envolverá ativamente os estudantes na captação de relatos orais, que serão transformados em produtos diversos e socializados com a comunidade ao longo do semestre. Além de apoiar a implantação do museu, a iniciativa busca auxiliar os moradores e envolvidos com a memória local a organizar seus acervos e consolidá-los em um espaço único, fortalecendo a preservação e divulgação da história do Morro Grande.

Primeiro encontro: https://www.instagram.com/p/DOQ9kY6APZS

Em 2025 a gente conseguiu colocar em prática o que aprendemos na formação de Tecnologia Social da Memória em 2024, feita com o Museu da Pessoa. A partir disso, realizamos 7 entrevistas: 1) Irene, Sonia e Camargo; 2) Olivia; 3) Beth; 4) Fátima e Nilson; 5) Ana Lucia; 6) Ricardinho; 7) Selma. Essas pessoas foram escolhidas de acordo com três eixos que guiam nossa atuação: 1) Formação do Território (até 1980); 2) Lideranças, coletivos, artistas e outros (1980–2025); 3) Desapropriados do metrô (2025 em diante).

Com as entrevistas, conseguimos montar uma narrativa mais clara sobre como nosso território foi se formando, destacando espaços de convivência que não tinham aparecido em outras fontes. Elas também ajudaram a fortalecer a identidade da nossa quebrada e a entender melhor a memória coletiva que segue viva no Morro Grande.

No momento, as entrevistas estão passando por tratamento: transcrição, edição e, depois, serão divulgadas no nosso site e nas redes sociais.

Saiba mais em: https://www.instagram.com/p/DOL65fXAH41

O Mapeamento Afetivo dos Patrimônios do Parque Morro Grande, realizado em 2024, foi uma iniciativa que buscou valorizar as memórias, sentimentos e experiências das pessoas em relação ao território do Parque Morro Grande, na zona noroeste de São Paulo. A proposta foi desenvolvida por Vitor dos Santos Amaral Stalmann, no âmbito do programa Roteiros de Memória, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e integrou as atividades do Projeto Muçurana, fruto de uma parceria entre o Instituto Perifa Sustentável, a FAUUSP, a ETH Zurich (Suíça) e o Movimento em Defesa do Parque Morro Grande.

Esse mapeamento afetivo envolveu a escuta e o registro das percepções dos moradores e frequentadores do parque, utilizando os cinco sentidos — visão, olfato, paladar, audição e tato — para identificar os elementos que compõem o patrimônio cultural e afetivo da região . A metodologia adotada permitiu a construção de um mapa coletivo das memórias e significados atribuídos ao parque, fortalecendo a identidade local e promovendo o reconhecimento da importância do espaço para a comunidade.​

A iniciativa também se insere em um movimento mais amplo de valorização dos patrimônios culturais e naturais da cidade, contribuindo para a preservação da memória coletiva e o fortalecimento dos vínculos entre as pessoas e o território.

Instagram: https://www.instagram.com/portaldoo/p/C-vGDUgRraQ/

Em 2022, a Spcine e a escola virtual co.liga se uniram para lançar um edital com o objetivo de promover a diversidade no setor audiovisual, oferecendo qualificação profissional a jovens talentos do estado. A co.liga, uma iniciativa da OEI em parceria com a Fundação Roberto Marinho, busca promover a inclusão produtiva das juventudes na Economia Criativa, enquanto a Spcine é uma empresa pública ligada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, focada no fomento ao audiovisual. No evento de lançamento, estiveram presentes Sandra Sérgio, coordenadora de Projetos Especiais da OEI e diretora Executiva do MAR, Lyara Oliveira, diretora de Inovação e Políticas do Audiovisual da Spcine, e Deca Farroco, gerente de Produção da Fundação Roberto Marinho. No encerramento do evento, foram exibidos quatro filmes dos 24 finalistas do projeto Meu Olhar, selecionados por um corpo de jurados do audiovisual e também por votação popular. 

Um dos finalistas do projeto Meu Olhar foi o curta-metragem "O Silêncio da Pedreira", dirigido por Vitor Stalmann em conjunto com a equipe Julia Archanjo, Candy Rodriguez, Helen Kuroyanagi e Cicero Alexandre. Com duração de 5 minutos, o documentário aborda o Morro Grande, contrastando a memória dos moradores com a expectativa da chegada do parque como solução para conter as mudanças desenfreadas na paisagem. O filme foi um dos quatro mais votados pelo júri popular, o que lhe garantiu a premiação com a exibição no Canal Futura e inclusão no catálogo da Globoplay.

Assista no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=8zZzctcF9Yc
Assista na Globoplay: https://globoplay.globo.com/v/12341581/
Leia a notícia da Fundação Roberto Marinho: http://www.frm.org.br/conteudo/midias-educativas/noticia/projeto-meu-olhar-celebra-sua-conclusao-com-apresentacao-de
Resultado do Edital: https://media.coliga.digital/system/public/files/Oficio_aprovados_Film_Comission_27_63a8822324.pdf

Foi realizada a roda de conversa "Inventários Participativos e sua Importância em Territórios Periféricos", com Daniela Colin, Maria Luiza Paiva e Vitor Stalmann. Durante a roda, foram compartilhadas experiências vividas em Gonçalves (MG) e na Bacia do Mercado de Santos (SP), promovendo uma reflexão sobre a relevância dos inventários participativos nessas áreas. A interação com os participantes foi essencial, permitindo descobrir novas maneiras de fortalecer as comunidades e proteger a história local, reforçando o compromisso com a preservação patrimonial.

Essa jornada não apenas nos levou a explorar memórias, mas também abriu caminho para um futuro mais consciente e comprometido com a preservação dos nossos patrimônios. Agradecemos a todos os envolvidos por compartilharem suas experiências e ideias valiosas! Em julho de 2023, a prefeitura finalmente deu início ao processo de implementação do Parque do Morro Grande, uma luta antiga dos moradores da Brasilândia e Freguesia do Ó, em São Paulo, organizados pelo Movimento em Defesa do Parque desde 2006. Com cerca de 55 hectares, o parque abriga remanescentes de Mata Atlântica e construções como uma capela e um cinema, representando um importante patrimônio natural paulistano.

Convite: https://www.instagram.com/p/Cv5AoDrAiHv/
Veja o boletim da REPEP: https://repep.fflch.usp.br/sites/repep.fflch.usp.br/files/inline-files/Boletim%20Repep%20n25.pdf
Programação completa: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico/jornada_do_patrimonio/index.php?p=33943
Instagram: https://www.instagram.com/p/CwJTQH1g43c/?img_index=1

A pesquisa aborda de forma minuciosa a história do território do Morro Grande, localizado no distrito da Freguesia do Ó, zona noroeste da cidade de São Paulo. Ela apresenta os desdobramentos ocorridos a partir da chegada da Pedreira Morro Grande na região, entendendo as relações entre as formas de trabalho, moradia e lazer estabelecidas pelo empreendimento desde o início do loteamento do bairro em 1948. Essas relações foram fortalecidas pela construção de um conjunto arquitetônico que possui como símbolos um cinema e a Capela Santa Clara de Assis.

O processo de concordata que a empresa enfrentou em 1983, após a aquisição do grupo Redimix, fez com que perdessem parte do império construído e resultou na diminuição da exploração mineral, além do abandono das edificações. Esses espaços começaram a ser ocupados pela população do entorno, principalmente a partir dos anos 2000, que os utilizaram para experimentar o grafite, o pixo e demais práticas da arte urbana, transformando as construções em atrativos para praticantes da fotografia e audiovisual. Em 2006, um grupo de moradores formou o Movimento em Defesa do Parque Morro Grande, que luta desde então pela implantação de um parque urbano na grande área da pedreira, preservando o remanescente de bioma de mata atlântica e os locais de relevância histórica para a comunidade. 

A pesquisa propõe um masterplan com diretrizes de intervenção para o conjunto arquitetônico e um detalhamento da área do cinema, onde foi proposto um Centro de Artes Urbanas, alocando ateliês dedicados às práticas de grafite, fotografia, dança e música, além de uma esplanada que trabalha as relações internas e externas da edificação a partir de espaços para realização de eventos e projeções, suprindo a necessidade do território em equipamentos públicos de qualidade voltados à cultura e entretenimento.

Repositório ÂNIMA: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/36451